quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Semelhanças e diferenças entre cursos técnicos e profissionalizantes

Letícia Vargas, trocou os 13 anos como vendedora pela carreira de manicure



Cursos profissionalizantes e técnicos não são iguais, apesar de ambos prepararem de acordo com as necessidades dos empregadores. Enquanto o primeiro não exige pré-requisitos e a duração não ultrapassa a alguns meses, para frequentar as aulas da segunda modalidade é preciso ter concluído ou estar fazendo o Ensino Médio e o aluno leva em média dois anos para receber o certificado de conclusão.
Além disso, cada um tem impacto diferente no mercado de trabalho. Marinus Jan van der Molen, superintendente executivo da Espro — Ensino Social Profissionalizante, explica que os técnicos, as formações básicas e os cursos de aprendizagem buscam atender às funções básicas das empresas e aos setores de serviços. Os técnicos, por sua vez, costumam executar tarefas que exijam um conhecimento teórico maior.
— A duas opções têm alta empregabilidade e não competem entre si — completa Molen.
Com a experiência de quem oferece cursos técnicos e profissionalizantes há várias décadas, a Escola de Gestão em Saúde do Hospital Moinhos de Vento chega próximo aos 100% de empregabilidade para seus egressos.
— A grande maioria, 80% dos formados, fica no próprio Moinhos.
O restante, temos conhecimento de que são absorvidos pelo mercado de outras formas, seja em outros hospitais, clínicas ou em atendimento domiciliar — afirma Gisele Nader Bastos, coordenadora da escola.
Catalogados pelo Ministério da Educação (MEC), os cursos técnicos costumam fazer diferença no currículo e servir como desempate no momento de uma seleção. De acordo com Márcia Amaral Correa de Moraes, diretora de ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) — campus Porto Alegre, mesmo quem tem um diploma de graduação superior costuma ser beneficiado ao apresentar uma certificação específica.
— O técnico é mais focado. Dessa forma, o profissional com essa qualificação sai da sala de aula mais preparado para a execução das tarefas — analisa Márcia.
Para quem está na dúvida entre os dois tipos de cursos, José Paulo da Rosa, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul (Senac-RS), tranquiliza:
— Uma opção não exclui a outra. As disciplinas repetidas do ensino profissionalizante podem ser aproveitadas no técnico e vice-versa. Além disso, é possível complementar uma formação com a outra e tornar-se um profissional cada vez mais especializado na sua área de atuação.
 Carreiras redirecionadas na sala de aula
Preparada para assumir o seu posto na confecção de bolsas e mochilas da família, Cyndi Franco de Castro, 23 anos, saiu do colégio direto para o curso de Administração. Mas, antes do meio do curso, a jovem percebeu que aquele não era o caminho certo.
Em busca da satisfação pessoal e do progresso da empresa, decidiu largar a faculdade e entrar para o técnico em Criação e Coordenação de Moda do Senac-RS.
— Passei a ter ideias para ampliar o negócio. Depois que iniciei o curso, aprendi a fazer modelagens e começamos a produzir aventais. E estou ainda com o projeto de fazer corseletes e seguir criando — conta Cyndi.
Mudança radical na carreira também teve Letícia Vargas, 38 anos, após concluir o profissionalizante de manicure na mesma instituição:
— Trabalhei como vendedora por 13 anos, e senti necessidade de trocar de área. Como manicure, posso ter um emprego fixo e ainda complementar a renda atendendo em casa. Pretendo, ainda, fazer um curso de unhas decoradas e ampliar as minhas possibilidades.
 Cursos técnicos
> De nível médio, qualificam o aluno com conhecimentos teóricos e práticos em diversas áreas. Para cursar, é necessário ter concluído o Ensino Fundamental. Para a obtenção do diploma, é preciso ter a conclusão do Ensino Médio.
> São realizados de três formas: integrada (o aluno faz simultaneamente o nível médio e a formação técnica), concomitante (ocorre uma complementaridade entre o curso técnico e o Ensino Médio) ou subsequente (para quem já concluiu o Ensino Médio). O catálogo nacional de cursos técnicos contempla 220 cursos, distribuídos em 13 eixos tecnológicos.
Vantagens
> Acesso rápido ao mercado de trabalho (os cursos têm, em média, dois anos)
> Tempo de duração mais curto do que os cursos de graduação
> Especialização em uma área do conhecimento focada no interesse do estudante
> Possibilidade de atualização profissional para quem já está no mercado de trabalho
> Costumam ser mais baratos do que os cursos superiores (e há muitas possibilidades gratuitas)
 Cursos profissionalizantes
> Apresentam conteúdos estabelecidos de acordo com o perfil profissional e com as competências requeridas pelo mercado de trabalho.
> Oferecem uma qualificação profissional e têm curta duração.
> Não são catalogados pelo Ministério da Educação (MEC) e não existem pré-requisitos para se inscrever em um curso profissionalizante. Nessa categoria, estão os cursos de formação profissional e os cursos de aprendizagem.
Vantagens
> Pré-requisitos pouco rígidos (para a maioria das atividades não é exigida a conclusão do Ensino Fundamental)
> Com a régua de qualificação cada vez mais alta, um certificado de curso profissionalizante é importante na hora da contratação
> Empregabilidade alta (há casos em que a própria empresa oferece a profissionalização)
> Possibilidade de se especializar em uma determinada atividade
Fonte:  Zero hora